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Origens das Armas

A grande maioria das armas irregulares apreendidas no Rio de Janeiro em 2024 são estrangeiras – apenas 22 dos 725 fuzis apreendidos foram fabricados no Brasil. Dessas armas estrangeiras, 80% vêm dos Estados Unidos, e os outros 20% de países como Alemanha, Bélgica, Suíça, Geórgia, Turquia e Romênia.

Segundo a Polícia Federal, a grande parcela das armas vendidas para criminosos brasileiros vem dos Estados Unidos, de Israel, do Leste Europeu e de exércitos da América Latina, com destaque para desvios das forças regulares do Exército de países vizinhos. 

Principais Rotas de Entrada

Fronteira com o Paraguai (rota principal) As fronteiras com o Paraguai e a divisa da Amazônia com Peru, Colômbia e Venezuela são as principais portas de entrada de armamentos estrangeiros no Brasil. O Paraguai, embora não seja país de produção bélica, aparece há décadas como um dos principais fornecedores ao mercado criminoso brasileiro, com cidades como Ciudad del Este, Salto Del Guairá e Pedro Juan Caballero servindo como pontos de venda sem muitas exigências. “Inclusive, grande parte dessas armas são desviadas das forças regulares do Exército desses países”, o delegado Vinícius Domingos, coordenador da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos da Polícia Civil do RJ (Cfae).

Rotas alternativas Para escapar da fiscalização nas rotas mais conhecidas, surgiram trajetos alternativos, como o que passa pela cidade gaúcha de Uruguaiana, onde as armas saem do Paraguai, vão à Argentina e de lá entram no Brasil.

Métodos de Transporte

O transporte terrestre é o preferido das facções criminosas. O tráfico “formiguinha” corresponde a pequenas cargas com poucas armas, mas o grosso do armamento vem em carregamentos em fundos falsos de caminhões, muitas vezes no meio de cargas lícitas ou em carregamentos de cigarros contrabandeados.

Um método comum é importar peças separadamente e finalizar a montagem das armas em território nacional com canos e componentes de airsoft, criando “copyfakes” que se assemelham às armas originais.

Estimativas

Estima-se que existam cerca de 20 milhões de armas ilegais circulando no Brasil, segundo levantamento apresentado à CPI do Tráfico de Armas.

O problema é complexo e envolve crime organizado transnacional, com as duas maiores facções brasileiras estabelecendo território na fronteira para coordenar todo o processo de compra e tráfico.

Os números do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro (RJ) apontam que, de janeiro a setembro deste ano, 593 fuzis foram apreendidos no estado — número que equivale a uma média de mais de duas armas por dia. Sem esses equipamentos bélicos, os criminosos perdem o domínio dos morros. 

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